29 Novembro 2024, 19h00
Palavras-chave: poema, lobo, fursona, identidade.
Hoje mais cedo eu tava terminando uma encomenda pra um amigo que envolve minha sona e a sona dele ferindo os bons costumes. Pintando lentamente nossas sonas, juntas num ato íntimo porém intenso, eu acabei pensando em muitas coisas. Entre elas a mais importante é que eu percebi que, quando pinto minha sona, eu realmente sinto que estou pintando a mim mesmo. Além disso, retratando ela sendo penetrada intensamente por um ser que representa uma sexualidade intensa e, simultaneamente, um amigo, eu senti um carinho pela minha sona e por poder expressar nela sentimentos que então afirmo em mim.
Eu conversei um pouco com outros amigos sobre esse sentimento. A vontade de ser um lobo é algo que eu reconheço em mim há anos e eu tenho um bom punhado de memórias envolvendo fantasiar a liberdade de estar pelado no mato, correndo e latindo e mijando por aí, ou simplesmente querer pode ter um rabo de lobo ou olhar pra Lua cheia e uivar bem alto em público. Acho que não é coincidência que todas as pessoas com quem eu me relacionei me trataram como um lobo sem eu nem ter que pedir por isso. Essas pessoas tiveram papel importante em me fazer entender que isso é tão fundamental pro que me constitui.
A partir daí, eu comecei a sentir certa euforia enquanto pintava um outro desenho mais simples da minha sona. Pensando nessas coisas, lembrei de um desenho em que eu expressei sentimentos parecidos com esses: uma arte, que eu coloquei no começo desse post, em que minha sona está inserida num diagrama de Venn.
E aí eu resolvi tentar escrever um poema. Saiu aquele ali em cima.