Ah! E, por sinal, eu sou um cachorro fedido! 
▽ Sobre
Eu sou tusk, também conhecido como tuskito, um nome um pouco mais único que eu bolei pra ser mais fácil me achar na internet.
Sou um artista gay e furry brasileiro muito influenciado pelos quadrinhos como meio. Eu trabalho digitalmente, principalmente no software gratuito Krita. Minhas principais influências estilísticas incluem artistas de quadrinhos como Hugo Pratt, Giorgio Cavazzano e Hirohiko Araki e pintores como Cybèle Varela e Yannis Tsarouchis. Eu tento explorar os efeitos criatos pela coexistência de linhas de diferentes espessuras e diferentes estilos de hachura. Em trabalhos coloridos, eu geralmente tento desenhar a cor, procurando um estilo que não teme ser reconhecidamente digital enquanto também mantém o poder da linha evidente. Alguns de meus trabalhos mais antigos eram tradicionais, usando lápis e tintas de caneta.
Devido a minhas influências, eu frequentemente uso painéis -- ou quadros -- em minhas composições, de modo que um único espaço de tela possa conter uma multitude de perspectivas e momentos que se adicionam às peças que eu faço, servindo para acrescentar dimensões à imagem e simultaneamente estabelecer um diálogo com a rica tradição de um meio artístico subvalorizado e muito pouco estudado. O uso de quadros também permite a justaposição de elementos representativos e gráficos, outro poder dos quadrinhos que pode ser encontrado facilmente nos trabalhos de seus maiores artistas, como Chantal Montellier.
A ciência também é trazida como uma ferramenta através da qual construir essas cenas: elementos como fórmulas químicas e operadores matemáticos da teoria quântica de campos são tirados de seus contextos originais para que se possa alcançar novos significados relacionados à sexualidade e ao kink.
Ser um artista "gay furry", para mim, é explorar a relação entre esses dois pontos: antropomorfismo e homossexualidade, ambos não só presentes na história da arte mundial como também muito importantes para mim num nível pessoal, já que o primeiro foi muitas vezes o único veículo pelo qual eu podia explorar o segundo em segurança.
Furries são animais. Como tais, a eles é permitido que sejam peludos, desorganizados e providos de odor forte e tesão e ao mesmo tempo que sejam também livres do peso do pecado que deve recair apenas sobre os homens e suas almas imortais. Contudo, a Biologia desafia a narrativa bíblica ao revelar que humanos também são animais e que assim todas aquelas possibilidades também nos são disponíveis. A figura furry permite-nos explorar a sexualidade e a vida e apropriadamente descobrir a potência do corpo material em oposição ao peso insuportável de uma alma sufocada por dogma religioso, o qual falha em respeitar a necessidade humana de autenticamente explorar a si e ao mundo que nos cerca.
Assim, para mim, furries são a potência da materialidade e uma celebração da liberdade de explorar o corpo e suas sensações.
Ah! E, por sinal, eu sou um cachorro fedido!
Iniciai-vos nos segredos da existência cachorrinho. Recriai-vos, não mais homens!
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